PRÓLOGO

Você gosta de jogos?
Eles adoram.
Especialmente se colocam fortunas em xeque.

Quem são Eles?
Você já os conhece.

Estão nas principais revistas, meio sociais e cargos importantes. São o chefe que ninguém conhece, são o mito das maiores empresas, das maiores fortunas. Mas, eles estão velhos. Breve serão substituídos. Por quem? PELOS MELHORES. Eis que os melhores sempre o foram. Eles são os alunos de notas mais altas na escola, os medalhistas de ouro nos campeonatos seja do que for, os que nunca erram, nunca são vistos em maus lençóis. Aqueles que todos nós queremos ser: Os Perfeitos.

Contudo, tudo que é misterioso penetra fundo em nossos olhos, instigam nossa alma. Está na essência do ser humano querer conhecer tudo aquilo que ainda não domina. Mesmo que isso custe caro.

E, afinal, qual o preço da perfeição? Penetre fundo nas almas das pessoas que a maioria buscar ser e conheça realmente o lado mal de ser perfeito.


PARTE I
01
02
03
04
05
06
07
08
09

PARTE II

01
02
03
04
05
06
07
08
09
05


Após vencer três partidas, mentir quatro vezes para Mike dizendo ser impossivel alguém como ela está enrolando no jogo e rir até a barriga doer das discursões de Coraline e Nicole sobre o nome do bebê, Mabelly quase sentia-se em casa. Uma estranha sensação de que sempre pertenceu aquele lugar lhe invadiu, mas ela sabia que estava longe de estar no lugar onde deveria. Mesmo assim, não deixava de sentir-se bem com tudo aquilo.

Allan estava agora deitado em seu colo, brincando com seus dedos. Ele observava suas unhas perfeitamente pintada e lixadas e a textura macia contra a luz. - Deve ter demorado um bocado para fazer todos esses desenhos. Você que fez? Mabelly observou-lhe os olhos e balançou a cabeça negativamente. Havia ficado o dia inteiro arrumando aquilo tudo aquilo num salão para a noite que deveria estar agora. Ela prendeu uma pequena risada. Era tão bom não precisar preocupar-se com nada pelo menos uma vez.

Ele levantou-se sem entender o motivo da risada dela e puxou-lhe pelo braço. - Vamos lá na cozinha comigo, Belly... Preciso beber algo. Mabelly o observou puxando-a para o corredor meio escuro e deixou-se levar, mesmo sentindo uma estranha sensação de que não o deveria fazer. Mas, após aquelas horas, ela sentia que deveria confiar no rapaz. Só não conseguiria explicar porquê.

Tateando a parede atrás de um interruptor e cruzando seus dedos aos de Mabelly enquanto o fazia, Allan era iluminado pela pouca luz que vinha da sala de estar. Ali na cozinha, uma janela havia sido esquecida aberta, também iluminando um pouco o local. Mabelly caminhou até ali descruzando seus dedos dos do rapaz que abriu a porta da geladeira e procurava por alguma coisa, após constatar que a luz ali havia queimado.

Recostou-se ali no para-peito. O céu estava escuro e pingado por algumas estrelas. Era noite de lua nova. Ali do quarto andar, Mabelly sentiu que poderia tocar a copa da árvore à alguns metros. Nesse instante, sentiu seu corpo sendo coberto por outro. O queixo de Allan agora recostava na curva do seu pescoço enquanto as mãos dele envolviam sua cintura, ela podia sentir uma garrafa gelada contra seu corpo.

Esquivou-se um pouco, mas ele não recuou. Ele soltou uma das mãos de sua cintura, a mesma que segurava uma garrafa de cerveja, e desprendeu o que restava daquele penteado bonito que já estivera nos cabelos da menina. Cheirou suas madeixas e deixou-se perder o rosto entre os fios por alguns instantes. Depois levou seus lábios ao pescoço da menina e deu-lhe alguns beijos. Mabelly lançou a cabeça para trás e fechou os olhos, tudo que predominava em seu pensamento era o quão errado e o quão bom aquilo poderia ser ao mesmo tempo.

Allan percorreu o pescoço todo da menina, girando o corpo dela até que sua boca estava em seu queixo e a cintura dela de frente à sua. Ele percorreu ainda sua bochecha até chegar em seu ouvido, enquanto suas mão prendiam-se nas costas da menina. Mabelly estava com os pêlos do braço eriçados e aproveitando cada um dos espasmos que percorriam seu corpo, até que um surto lhe percorreu. Ela abriu os olhos e disse na orelha próxima dele: - Estou noiva.

Por um instante, Allan parou. Depois ele cruzou mais ainda seus braços nas costas de Mabelly e a abraçou, recostando sua cabeça novamente na curva do pescoço dela. - E onde está seu anel de noivado? Ele perguntou baixo demais, com a voz decepcionada.

Mabelly levou a mão direita até onde seus olhos pudessem vê-la e só então percebeu a ausência. Saiu-se do abraço do rapaz e com os olhos muito assustados e correu para a sala, onde procurou pelo chão, em um desespero silencioso. Todos à observaram. Allan voltou da cozinha tomando um gole longo da garrafa e recostando-se na parede. - O que você está fazendo, Belly? perguntou Nicole, tirando a boca da do moreno musculoso. - Perdi um anel... Ela respondeu com simplicidade. - De noivado. O dela. Allan completou com um tom ácido, recebendo de Mabelly uma desaprovação.

Todos observaram Mabelly por alguns instantes. Nicole parecia ter levado um soco: - NOIVA?! Como assim Mabelly está noiva? De quem? Mabelly não parou de procurá-lo enquanto lançava um olhar significativo à amiga. Nicole entendeu e não podia acreditar: - E você está ficando louca?! Vocês nunca nem namoraram, como assim vão se casar?! Porque você vai casar com aquele nerd-tapado-e-metido, Belly?! Por favor, me responda!

Mabelly observou o desespero da amiga e quis chorar. Ela queria poder explicar para Nicole, mas não poderia. Ela jamais entenderia. - Ajude-me a procurar, sim? Coraline levantou-se observando o seu anel em seu dedo e parecendo saber exatamente como Mabelly estava se sentindo, começou a ajudá-la a procurar. Todos seguiram seu exemplo, menos Allan. Após revirarem a casa sem nenhum sucesso. Mabelly saiu porta afora procurando pela escadaria.

Allan a seguiu preguiçosamente até encontrá-la no segundo lance. - Você não chegou aqui com ele; declarou com simplicidade. - E porque você não me contou antes?! Mabelly lançou um olhar desentendido para ele. - Porque eu preferia acreditar que você estava me dando um fora bem bolado, à acreditar realmente que você vai se casar.

Ela o observou. Depois recolheu o vestido e sentou-se no chão, abaixando a cabeça: - Não é bem uma decisão minha, Allan... Desculpe se eu lhe magoei, não era minha intensão, juro. Allan foi até lá e sentou-se ao lado dela. Levantou o queixo dela com o dedo indicador, a fez olhar nos seus olhos e sorriu com simplicidade. Ela tentou sorrir também, sem muito sucesso, mas com muita intensão. Depois ele lhe beijou nos lábios.

E ela o correspondeu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
"Afinal, quem era ela? Já nem sabia responder. Não que já tenha conseguido de um bom modo, mas pelo menos ela tinha alguma idéia. Agora nem isso. Não passava de uma metamorfose diária e adaptável ao meio." - O Tempo, a Casa e a Essência. http://t.co/QvNc7cj